“Eu tenho dó das minhocas, mas gostaria de ajudar o planeta e reciclar meu lixo orgânico. Posso fazer a compostagem sem minhocas?”.
Cliente Clube da compostagem.
E a resposta é: sim!
Compostagem sem minhocas já é antiga!
Para começar a falar sobre esse assunto, vamos contar alguns exemplos que mostram o desenvolvimento da compostagem na história.
A técnica de compostagem já existe há milhares de anos. Existem registros de compostagem em antigas civilizações há mais de 2000 anos a.C. Um exemplo seria a China, que praticava a agricultura e fazia o empilhamento de resíduos orgânicos. Esses resíduos, depois de um tempo, ficavam pequenos e granulados. Ao colocar isso na plantação, o cultivo ficava mais eficaz, já que as plantas que recebiam esse composto se desenvolviam melhor.
Na Bíblia, também existem referências sobre práticas para correção do solo utilizando esse processo.
Na Europa, durante os séculos XVIII e XIX, agricultores transportavam para as cidades seus produtos e regressavam às suas terras com resíduos urbanos para serem reciclados. Assim, esses resíduos sustentavam a produção vegetal.
Em meados do século XX, os resíduos urbanos eram utilizados nos fogões a lenha, os papeis eram utilizados para empacotar materiais e o resto de alimento para alimentação de animais domésticos. Não se pensavam neles para outros fins.
No fim da década de 1960, começava a se pensar em compostagem com uma abordagem comercial. O principal interesse nesse momento era vender o adubo pronto com o objetivo de uma correção orgânica do solo. Mas nas décadas de 1970 e 1980, principalmente nos países desenvolvidos, a técnica perdeu a popularidade, pois não era atrativa para o mercado, já que, em teoria, não tinham para quem vender.
Dos anos 1990 até agora, com as pressões exercidas para diminuirmos nossos impactos ambientais, surgiu um novo interesse no processo de compostagem.
Como funciona a compostagem sem minhocas
A compostagem nada mais é do que um processo biológico, no qual ocorre a decomposição da matéria orgânica com a presença de oxigênio. Ela permite que todos os nutrientes que existem nos restos alimentares se tornem acessíveis para as plantas. Legal, né?
Esse processo é realizado principalmente por microrganismos (bactérias e fungos) e por animais invertebrados (minhocas, larvas de insetos, aracnídeos, entre outros). É a transformação da matéria orgânica em adubo, um material rico em nutrientes e muito fértil. E pode ser considerada uma reciclagem do lixo orgânico!
Mas é importante perceber que o processo de compostagem pode ocorrer naturalmente, sem intervenção humana. Na natureza, os restos de fauna e flora mortas acabam por se decompor e são transformados em húmus espontaneamente.
Para a compostagem acontecer é necessária a presença de: água, oxigênio, carbono orgânico e nutrientes para os microrganismos crescerem. Nesse processo, os microrganismos decompõem a matéria orgânica, produzindo água, calor, dióxido de carbono (CO₂) e húmus.
Não é um processo rápido, levando até três meses para obtenção do produto.
Nas composteiras caseiras, geralmente as pessoas utilizam as minhocas californianas, processo chamado de “vermicompostagem”. As minhocas californianas, por serem detritívoras, acabam por acelerar esse processo. Mas, independente do uso das minhocas ou não, a finalidade é a mesma: transformar o lixo orgânico em adubo.
Então… Sim!
É possível fazer a compostagem sem as minhocas!
Mas qual a vantagem da vermicompostagem? As minhocas aceleram o processo final da compostagem e corrigem as propriedades do solo. Somos fãs desses animais incríveis! Minhocas: A estrela da compostagem.
Porém, sabemos que nem todo mundo gosta de manuseá-las. Assim como algumas pessoas, que escolhem uma alimentação vegetariana ou vegana, preferem não utilizar as minhocas. Por isso, se essa for a sua opção, saiba que dará certo do mesmo jeito! A única diferença é que o substrato criado ficará menos granulado.
Compostagem sem minhocas e sem frescura.
Vamos à técnica. Também chamada de compostagem seca, a decomposição e a transformação do alimento em adubo serão realizadas por microrganismos (bactérias e fungos). A ideia é misturar os orgânicos com serragem e fazer o manuseio, da mesma forma que é realizado com a composteira comum.
O segredo da técnica é oxigenar a mistura. Então, sempre que possível, remexa o composto para adicionar oxigênio. Essa compostagem leva um pouco mais de tempo do que a compostagem com minhocas, mas, em cerca de dois a três meses, dependendo do tamanho da composteira, ele ficará pronto.
E nele só será utilizado serragem e o resíduo orgânico.
A grande vantagem de realizar o processo sem as minhocas é que, na hora de retirar o adubo, você pode usar do jeito que estiver, sem precisar retirá-las. Muitas pessoas produzem seu composto e reclamam justamente da dificuldade de separar as minhocas do composto final.
Neste tipo de compostagem, uma dica para acelerar o processo é colocar na composteira a matéria orgânica já picada.
E as vantagens de se fazer a compostagem são muitas! Olha só:
O resultado é praticamente o mesmo: menos lixo para os aterros e mais adubo para suas plantas.
Mãos à obra!
Portanto, se você tem vontade de compostar e sempre quis realizar essa atividade, mas tinha receio de fazer com minhocas, essa é sua oportunidade. Você também pode fazer compostagem sem minhocas! Ela é um processo natural que já ocorre há milhares de anos.
Então vamos juntos compostar e ajudar o planeta?
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